• Oportunismo ambiental


    Muitos segmentos e grupos da sociedade vêm cada vez mais adotando discursos em defesa do meio ambiente, no sentido de confirmar ou aparentar consciência ambiental. Neste sentido, é fidedigno afirmar que “consciência ambiental”, no sentido amplo do termo, é um fato contemporâneo e verdadeiro? E que em longo prazo sobressairá ao método capitalista, ou terá autoridade para modificá-lo? Ou é apenas um pedigree do politicamente correto, atualmente esboçado no comportamento humano? Censura disfarçada de escudo!

     Meio ambiente virou sinônimo de política, verifica-se uma disputa de espaço, marketing verde tornou-se uma marca lucrativa, e, mais uma vez, o “politicamente correto”, movimento de massa, dotado de consciência! Como salienta o filósofo Luiz Felipe Pondé, “o que caracteriza o retardamento mental abençoado pelo politicamente correto é crer que voltarmos ao Neolítico nos salvaria das contradições do desenvolvimento da técnica, fruto de nossos próprios esforços para superar nossos sofrimentos”... Pois bem, nenhum romântico ecoconsciente quer viver sem seu chuveiro a gás, calça jeans, seus laptops, TV LCD e meios de transporte (mesmo movido a combustível renovável, ainda não existem aço e inox extraídos e produzidos de forma sustentável, e nem mesmo reciclagem viabilizaria a demanda existente).

     Parece-me que a ciência vem perdendo espaço. No meio de tanta contradição surgem os ecocéticos, tentando aliviar a barra dos seres humanos. Será porque o ideal não seria permanecermos intangíveis no nosso modo de vida, sobrevivendo e usufruindo de tudo o que nos é oferecido?

    Acredito, sim, em aquecimento global, e que o mesmo é fruto de ações antrópicas; da mesma forma, creio na real necessidade de mudanças no modo de vida, mas reais, verdadeiramente conscientes e possíveis! Porque mocinhos e bandidos já deixaram de existir há muito tempo.

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